sexta-feira, 2 de agosto de 2013

MÃOS DE PAI

O meu pai era um valente
Veio la do interior
E no cabo da enchada
Trabalhou com muito amor

E assim passando o tempo
Ao chegar a meia idade
Com os filhos ja crescidos
Decidiu vir pra cidade

Porém ao chegar aqui
Veio a preocupação
Com essa vida agitada
Ele entrou em depressão

Portando papai sofrendo
Com mamãe e com os filhos
Ele foi se despencando
Como um trem fora dos trilhos

Vez em quando soluçando
Recorda do que passou
Do berrante da viola
De tudo que la deixou

Lembro ainda da mangueira
O lindo pé de amora
Do trabalho na enchada
De saudade ainda chora

E ao vê-lo entristecido
Chamo a todos meu irmãos
A eles do velhinho
Mostro os calos das suas mãos

A CARROÇA

Hoje moro na cidade
E a distancia não me importa
Pois pra ver a namorada
Pego onibus na porta

No entanto ainda me lembro
Quando morava na roça
Para ver a minha amada
Eu pegava a corroça

O ESPELHO

Era eu um bom aluno
Do evangelho aprendiz
Ao olhar para o espelho
Estava sempre feliz

Porém ao entrar nos vicios
Na prisão pago meu preço
Ao olhar para o espelho
Triste não me reconheço

Caso alguém me perguntar
Como isso aconteceu
Ao olhar para o espelho
Digo foi descuido meu

Mas se um dia desses vicios
Conseguir me afastar
Ao olhar para o espelho
Voltarei a estudar

E voltando aos estudos
Mas humilde e mais cortêz
Ao olhar para o espelho
Quero sorrir outra vez

Se você o evangelho
Quer seguir eu aconselho
Toda força e todo empenho
Jura a tí frente ao espelho

SINCERIDADE

Nesse meu depoimento
Digo com sinceridade
Que você querida amiga
Só me da felicidade

E assim minha querida
Devo ainda acrescentar
Que do album de amigos
Nunca vou te deletar

A FLORZINHA

Ela estava muito linda
No dia em que a encontrei
Bastou só o seu sorriso
Pra jurar que a amei

De um canteiro lá da praça
Apanhei uma florzinha
E a ela lhe entregando
A pedi para ser minha

E depois de um abraço
A beijei com muito amor
Pressenti meiga e suave
Como o perfume da flor

Mas a vida sendo um jogo
Em que a gente perde e ganha
Por ela ter me traido
Senti uma dôr tamanha

Hoje ao estar com outro
Vivo minha ansiedade
Pois com o passar do tempo
Me doi muito a saudade

Felizmente recordando
A pracinha que encontrei
Sinto o beijo e o perfume
Da florzinha que lhe dei